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Conto Erótico: O Bigode com Arte e o Exílio do Ditador.

  • Foto do escritor: Ciro da Pérsia
    Ciro da Pérsia
  • 11 de mai. de 2017
  • 8 min de leitura

Atualizado: 2 de out. de 2021




O cliente dizia se chamar como aquele que antes dos trinta já era dono do mundo. Tinha 36 anos, 1,82 e 78 kg e preocupava-se se "uma hora dava para massagear tudo"... Seguro de si mandou fotos que eu não solicitei e nem a curiosidade foi capaz de me fazer baixar. Sábado enviei lhe o meu twiter (https://twitter.com/ciromassagista) onde ele poderia avaliar a minha nudez ainda melhor que aqui. Sua aprovação veio nesses termos: "Delicia mesmo". E combinou de chegar as 20:00 do mesmo dia. Eu jantava com o pretenso imperador de Roma quando a confirmação do cliente encerrou o banquete e me pôs a abalar para o estúdio. Tudo devia estar em perfeita ordem para receber "o Grande".


Chegou e notei um belo homem branco, alto, bem proporcionado, uma cara bonita e um irresistível bigode negro da cor de seus olhos. Saído do banho deitou sobre a maca. Sua pele era lisa e macia, seus músculos cediam flexíveis ao toque vigoroso das minhas mãos. Ombros, costas, braços, bunda, coxas e pernas que pareciam de filé mignon. Eu estava nu também e percebi que, como uma boa parte da minha clientela, esse cliente ignorou todas as chances que teve de fechar seus dedos sobre meu pau mesmo quando ele descansava na palma de sua mão. Indicação clara de quem pretende que o "seu" pau seja "o" apreciado durante a sessão. Eu lamentava a dúvida de comer a quela bunda generosa.


Apaguei as luzes e abri a janela para que apenas a luz da noite invadisse o ambiente. Gemidos discretos eram abafados pelos violoncelos de Vivaldi¹. Massageava os pés perfeitos e macios como filé de peito de frango cru. Encerrada a parte manual, massageei intensamente seu corpo todo com vibrador: suas tensões cediam. Ao virar-se para cima seu pau despertava: com tensão não há ereção. Usei um creme de mãos de limão siciliano e toquei suavemente o contorno de seu rosto atraente. Passei os dedos entre seus cabelos finos e suaves como água. Pressionei levemente os lóbulos macios de suas orelhas e desci para testar a sensibilidade de seus mamilos rosados como seus lábios.


Tinha vontade de devorá-lo. Não resisti, dei leve mordidas pelo seu pescoço, queixo, maxilar e bochechas até beijá lo. Ele retribuía as mordidas carinhosas e tivemos uns cinco minutos Hannibal Lecter². Desci os lábios formando beijos pelo seu dorso macio até chegar ao seu pau latejante e "Grande" como era de se esperar de um homem com tal nome. Grosso, glande rosada, rígido como o regime militar nos anos 70. Chupei a valer. A foto que ilustra esse conto foi cedida pelo cliente. Eu dei minha pica para ele mamar também. Mamava com gosto quando subitamente fez o que nenhum cliente costuma fazer: desceu da maca sem ser convidado. Estava de pé e fiz sinal para que ele abaixasse e continuasse me chupando. Logo se levantou e ficou de costas colocando o cu pra jogo. Aproximei e enchi o rego dele de gel, encostei a cabeça do meu pau pressionando levemente a portinha do cu que cedia fácil. E fácil seria comer sem camisinha se eu quisesse. Se eu "quisesse'. Mas sou um profissional e tenho um nome a zelar. Abri uma gaveta e saquei uma camisinha que abri com a precisão de quem faz isso o tempo todo. Me protegi e melei o pau de lubrificante. O cliente fez um movimento furtivo, foi até sua mochila tirou de lá não vi o quê, e voltou deitando de bruços na maca com a bunda pra fora e os pés no chão. Mirei certo no cu apertado que dilatou quente logo em seguida: o cliente inalara poppers escondido de mim. Uma onda de torpor e calor corria todo seu corpo inerte enquanto eu o comia com gosto e ele mal tinha forças para convencer a si e a mim de que doía e devíamos parar. Aquele cara não tinha pica de quem tá muito acostumado a ver pau no cu. O gay bem dotado tem esse dilema: ele até gostaria de dar o cu mas, a vida oferece poucas oportunidades rs. Ele até gostaria de chupar um canavial de rola. Mas quando ele tira a cueca não dá tempo... É também para atender essa demanda de ativos carentes que eu ofereço a massagem sensual, onde além de relaxarem seus músculos eles podem também relaxar os sentidos e dessa forma aliviar as tensões. E eu gosto de saborear um cu do tipo com pouco uso. Uma hora se foi e o alarme disparou. Mas o cliente ainda não havia gozado e isso começava a me preocupar pois, como disse no inicio, eu estava jantando com alguém e tive que encerrar as pressas o jantar em nome do dever. Bem, esse alguém é Julio César com quem vinha me relacionando há meses. E ele tinha que esperar o meu atendimento acabar para voltarmos a ficarmos sós. Ele me aguardava tomando impacientemente uma cerveja no bar da esquina. E não dá pra encerrar uma sessão com o cliente no auge do tezão e ainda por gozar dizendo simplesmente:"seu tempo está esgotado, senhor". Me sentia dividido entre o dever e a honra. E o dever prevaleceu. Ignorei o alarme. E me concentrei no cliente. Me propôs que me deitasse na maca e ele sentasse no meu pau por cima. Eu ri. A maca é resistente o suficiente para suportar um home forte, não dois. Entendido o que era mais fácil pra ele eu me deitei no chão. Ele inalou profundamente o poppers e sentou na rola. Cavalgava lento, sem pressa. O tempo passava e comecei a me sentir como se caminhasse sobre brasas. Tava ótimo o que eu e o cliente estávamos fazendo, era o tipo de encontro que não cabe em uma hora. Mas tinha que acabar. Eu levantei as costas do chão e ficamos em posição de lótus, peito com peito, meu pau todo enfiado no cu dele. E comecei a movimentar o meu quadril e com isso movimentava a pica dentro dele. E ele gozou. Gozou tudo em cima de mim. Me levantei e disse que se sentasse e se recostasse na parede. A onda do seu orgasmo e do poppers ainda estavam altas. Fui para o banho mas, antes deixei uma toalha limpa e uma garrafa d"água com um copo descartável para ele. Enquanto eu estava no chuveiro ele permaneceu mudo, imerso na escuridão e na música de relaxamento profundo que prolonga a sensação de prazer completo. Foi, depois de mim, para um banho quente demorado daqueles de deixar os espelhos todos úmidos. No bar da esquina o ditador romano³ pedia minha cabeça numa bandeja de prata via whatsapp. Após o banho o cliente se vestiu lentamente, chamou o uber e disse algo que me desconcertou. "Seus pais estão de parabéns!". Fiquei em dúvida entre o sarcasmo e o elogio... ele completou:"estão de parabéns pela sua criação, você deve ter sido criado com leite 'A'". Entendi o seu engano e agradeci a gentileza. Ele não tem como saber que nenhum dos meus ancestrais (nem maternos, nem paternos) têm português o suficiente pra escrever esse blog. O que ele não sabe e nem se quer desconfia é que eu fiz o juramento de Scarlett O'Hara (4). Sou um personagem autoconstruido. Me pagou, eu disse "muito obrigado", olhou me e sorriu como se ouvisse a junção dessas duas palavras a primeira vez. Mas eu agradeço assim a todos os meus clientes! Sem exceções. É protocolo. Gentileza não é artigo de luxo mas, de primeira necessidade. Muito se especula a rotina do massagista profissional. É uma atividade que eventualmente envolve sexo e sempre envolve dinheiro. Não se engana quem a classifica como uma modalidade de sexo pago. Existe uma variedade infinita de modalidades de sexo pago. Cada uma atende uma necessidade especifica de cada cliente. O meu cliente não procura um programa, ele quer o serviço de uma massagista profissional adicionado a possibilidade de rolar uma boa sacanagem no final. Ele me paga para ter a satisfação da libido sem consequências e sem envolvimento emocional. E claro: segurança, eficiência, sigilo e discrição. Eu nunca sei o nome e a profissão dos meus clientes porque...eu nunca pergunto. A maioria é bem discreta em relação a sua vida mas, os artistas...classe vaidosa. Nunca conseguem se impedir de inserir no discurso palavras com 'T', 'P', 'E', 'L'. Nunca estão muito longe de dizer: tv, teatro, peça, projac, ensaio, leitura. Eu jamais me aprofundo. Eu amo o mistério. Não me interessa a realidade do cliente. Há pouco espaço para realidade aqui. Meu estúdio tem sua própria atmosfera e aqui o cliente se isola do mundo exterior como se estivesse numa capsula fora do seu universo de origem. O lugar adequado para a fantasia, a abstração, o esquecimento de si mesmo, o alivio das ansiedades, a troca de contato físico enquanto de olhos fechados a mente esvazia e se acalma. O uber chegou e o cliente se despediu. Mas, antes eu segurei firme no seu braço e coloquei o meu nariz contra aquela pele macia e cheirosa mais uma vez...poderia bem ser a última. Disse a ele que apostasse no bigode. Ele não faz ideia do poder de persuasão de um bigode negro. Partiu sorrindo. E logo depois Julio César entrou e me anunciou firmemente, com poucas mas, bem escolhidas razões, que partia também e jamais voltaria. Recolheu suas coisas e me deixou. Só há duas condições para se relacionar com alguém da minha condição: ou é do ramo...ou é legitimo corno manso e conformado. E Julio não se encaixava em nenhuma das duas posições. Era ilusão acreditar que daria certo e seria longevo. Meu coração não aceita tiranos. O coração de uma massagista é como a democracia. Abraça o interesse de todo o cidadão e presta o melhor atendimento ao público custeado pelo seu tributo. Existem três tipos diferentes de pessoas que cruzam nossos caminhos: aquelas que querem "tirar" de você, aquelas que querem "acrescentar" a você e aquelas que podem "transformar" você. E o Julio César é dessa ultima categoria mais rara. Lembro que um dia Creso (5) disse a Xerxes (6): "a tirania é uma mulher deslumbrante assediada por mil amantes" e cada um deles tem sua própria ambição de ser exclusivo e absoluto.Mas eu fiz a escolha de Fausto (7). Eu tratei com Mefistófeles (7). E eu te explico o "por que?". Que você daria pra poder ter seu tempo todo só para si? Que você faria pra ser livre dos compromissos e das opressões mesquinhas do mundo? Você gostaria de melhorar de vida fazendo absolutamente o que você gosta e exclusivamente o que você quer? Que você comeria, se quisesse, e a sua frente eu te mostrasse uma mesa imensa posta pra um banquete só seu? Que você trocaria comigo pra eu dormir cedo no domingo e acordar cedo na segunda no seu lugar indefinidamente? Sabe aquele(a) colega de trabalho que te odeia e que você despreza do fundo do seu coração mas...(respire fundo e sorria) você tem que lhe dizer "bom dia!" todos os dias? Ele(a) não existe na dimensão em que habito. Assinei sorrindo o meu nome logo a baixo de Fausto (7). Eu não sou apenas um ótimo massagista, eu sou também um eximo amante, homem experimentado pelo tempo na arte do prazer. Eu curto. Entendeu? Não faço nada forçado e sempre respeito o combinado. Nunca faço aquilo que não desejo fazer. Fico triste quando o cliente não quer sexo mas, me conformo. Toda massagem é diferente da outra porque todo cliente é individual. E cada um deseja algo de mim. "O que?" cabe amim decifrar. Mas eu conheço todos os códigos. Algumas vezes o cliente não quer sexo, quer apenas um longo e afetuoso abraço no fim da massagem. Há de se ter sensibilidade para não ser sexualmente invasivo nesses casos.

Bibliografia sugerida e Notas de rodapé.

  1. Antonio Vivaldi (+1678*1741) compositor e musico italiano.

  2. Hannibal Lecter personagem de Thomas Harris no livro "O silêncio dos Inocentes".

  3. Alusão a Julio César (+100a.C.*44a.C.) general e ditador romano.

  4. Scarlett O'Hara personagem de Margaret Mitchell em "E o vento levou..." de 1936.

  5. Creso, rei da Lídia. Personagem no livro "História" de Herodoto.

  6. Xerxes, imperador da Pérsia. Personagem no livro "História" de Herodoto.

  7. Fausto vende sua alma em troca de sucesso no poema "Fausto" de Goethe.









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